Citologia: patologia geral e celular como centro das atenções em tempos de pandemia

A patologia é uma ciência que se baseia no estudo das doenças e seus principais

mecanismos. Entende-se que compreender detalhadamente os processos de adoecimento e os eventos que são originados dos processos patológicos é de suma importância para promover estratégias terapêuticas e fenômenos de cura.

Em outras palavras, para termos o conceito de saúde, é preciso também saber conceituar as doenças e pesquisá-las a fundo e é nessa premissa que a patologia se apoia. O processo patológico é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares, e ou funcionais que surgem nos tecidos após as agressões. Entende-se que o processo patológico é compreendido de eventos que culminem em alterações da chamada Homeostasia (assunto para outra entrevista que vocês verão em breve, por aqui).

O tema é vasto e precisaríamos de um profissional qualificado na área para discorrer. E foi isso o que fizemos. Convidamos a professora Luciane Neiva, farmacêutica e fisioterapeuta, para um bate-papo. Ela, que ministra o módulo de patologia geral e celular na Pós-Graduação em Citologia Clínica do INSTITUTO GPI, é mestre em Saúde Pública pela Universidade Americana de Assunção – PY e atua como professora dos cursos de fisioterapia, farmácia, nutrição e enfermagem.

Confira a nossa conversa esclarecedora sobre o módulo, diferenciais do profissional da área e mercado de trabalho.

Dra. Luciane Neiva professora da Pós-Graduação em Citologia Clínica do Instituto GPI.

FALA PRA GENTE UM POUCO DO QUE FOI ABORDADO NO MÓDULO DE PATOLOGIA GERAL E CELULAR.

Esse módulo é um dos primeiros, é um módulo introdutório que servirá de base para que os alunos consigam entender as disciplinas mais específicas e possam entender as bases moleculares e celulares.

É também o módulo em que eles terão o primeiro contato com o microscópio, com as lâminas, com as patologias que eles irão analisar mais na frente, com as alterações a nível celular, com os processos de inflamação, processos cicatriciais, e outros processos fisiológicos e fisiopatológicos que ocorrem no nosso corpo e que são fundamentais para o entendimento da disciplina. É um módulo que vai oferecer muita bagagem utilizada nos módulos subsequentes do curso.

O QUE OS ALUNOS ESTÃO MAIS INSTIGADOS A BUSCAR E PERGUNTAR, NESTA PÓS-GRADUAÇÃO, MAIS ESPECIFICAMENTE, NO SEU MÓDULO?

Como se trata de um módulo de base, então quando os alunos iniciam eles chegam muito sedentos de informação, curiosos e ansiosos pela parte prática.

Quando nós conseguimos alinhar a prática com a teoria no módulo, eles se sentem mais engajados e motivados. Percebo que eles querem muito a prática, mas sempre destacamos muito bem a importância da parte teórica.

NAS SUAS AULAS, COMO VOCÊ CONSEGUE APLICAR TECNOLOGIAS DIFERENCIADAS PARA A APLICAÇÃO DOS TEMAS?

De fato, nós, professores, tivemos que trazer para a sala de aula inovações tecnológicas que não eram vistas antes, principalmente com a pandemia, tivemos que nos reinventar.

Eu fiz alguns cursos de tecnologias digitais para poder passar mais conhecimentos aos alunos. Alguns aplicativos tornam a aula mais colaborativa, alguns painéis que solicitamos que eles façam em sala de aula também são feitos de forma digital.

Gosto de aplicar quiz digitais também e percebo que os alunos apreciam isso pois a maioria são jovens e é disso que jovem gosta: aprender de uma forma diferente, fácil e prática. As aulas têm se tornado mais interativas e os alunos aprendem ou revisitam os conceitos da patologia de uma forma mais tranquila.

NO MÓDULO QUE VOCÊ MINISTRA, UM ASSUNTO ABORDADO É O ESTUDO PATOLÓGICO EM FERIDAS COM PROBLEMAS DE CICATRIZAÇÃO. O QUANTO ESSE ESTUDO É IMPORTANTE PARA O PROFISSIONAL DE CITOPATOLOGIA?

Seguimos uma sequência ao ministrar os conteúdos e ao falar de processo inflamatório, que é a base de toda a patologia, destacamos aos alunos que eles precisam comparar o que é fisiológico com o que é patológico, quais as alterações fisiopatológicas daquela patologia, passando pelo processo inflamatório, chegando no processo cicatricial.

Quando as células sofrem necrose e morrem, são substituídas por tecido conjuntivo. Para o citopatologista, é importante que ele saiba sobre todas as fases (inflamatória, proliferativa, remodelagem) e entenda quais as alterações morfológicas que esse tecido em fase de cicatrização apresenta.

Na prática, levamos lâminas desse processo cicatricial aos alunos para que eles consigam identificar e diferenciar as fases cicatriciais de 7, 14, 21 dias para que quando eles forem analisar de fato as lâminas de um paciente, eles saibam em que fase do processo ele se encontra. Os alunos não vêem apenas a cicatrização, mas o que vem antes, qual a reação do nosso organismo quando temos um agressor.

TUDO ESTÁ VOLTADO PARA O ESTUDO DAS CÉLULAS, NESSES TEMPOS PANDÊMICOS, CORRETO?

Sim, a patologia está em alta. As bases moleculares e celulares estão em alta porque tudo se volta ao estudo da célula. Queremos entender como o coronavírus invade a célula e causa esse processo inflamatório, por exemplo.

O conhecimento da patologia geral influencia bastante na nossa vida hoje e na vida dos profissionais do futuro. Nossa área entende primeiro o que acontece com a célula, para depois interpretar a nível de tecido e a nível de corpo.

COMO VOCÊ AVALIA A IMPORTÂNCIA DOS PROFISSIONAIS ESTAREM SEMPRE SE ATUALIZANDO?

Hoje, o mundo do trabalho é muito abrangente e há vagas para todo mundo. Mesmo sendo competitivo, há vagas. Só que as pessoas precisam se capacitar, aperfeiçoar os conhecimentos e certamente elas irão se sobressair no mercado de trabalho.

Cada vez mais os currículos estão mais qualificados. Atualmente, se você recebe dois currículos, um com Pós-Graduações, cursos de capacitação e demais cursos; e o outro currículo apenas com graduação, este último será deixado de lado, infelizmente.

Vale destacar que o mundo está precisando de medicina baseada em evidências, e essas evidências só conseguimos ao estudar e pesquisar. Se ficarmos parados, não teremos como nortear a prática clínica em evidências científicas.

Temos que nos diferenciar, nos qualificarmos e nos aprimorarmos, senão, certamente ficaremos para trás.

No vídeo abaixo, assista a entrevista na íntegra sobre “Citologia: patologia geral e celular como centro das atenções em tempos de pandemia” Por Nehemias Lima – Jornalista.

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